quarta-feira

Vejam essa postagem sobre carro, que remete a VLT, ítem do meu primeiro post


Vejam os novos VLTs de Zagreb, na Croácia. E pensar que somos mais ricos...
 Um carro é um carro           Gerson Toller, / jornalista

“Não é o mercado que agoniza, é uma forma ultrapassada de capitalismo que desaparece porque deixou de ser desejável”.  Pascal Bruckner, escritor e ensaísta.


Ninguém apura esse dado, mas existe um fenômeno muito novo acontecendo entre nós: os jovens da classe média para cima, os mais bem informados, entre os 18 e vinte e poucos anos, não querem mais tirar carteira, nem dirigir, e muito menos ter carro. O que era impensável há três gerações passadas está aí para ser visto: é o não desejo de mobilidade – eles preferem ficar na internet; a não necessidade de independência, que eles já tem de sobra, e a ausência das fantasias do banco de trás do automóvel. Os três argumentos mais fortes dos vendedores de automóveis.

No meu tempo, no Rio de Janeiro, a única maneira de ficar sozinho com uma garota “direita” era parar o automóvel de noite, de frente para o mar, tudo escuro, e ficar assitindo “corrida de submarino”. Hoje é proibido estacionar de frente, está tudo iluminado, e se você não é multado pelos guardas é assaltado pelos pivetes. Muito mais seguro e confortável é o quarto dela na casa dos pais.

Como ninguém parece interessado em produzir estatísticas sobre quem não compra automóvel (algum leitor conhece?), fiz uma pesquisa com ala jovem que me cerca e obtive as seguintes respostas:
- é muito chato tirar carteira;
- não gosto de dirigir;
- prefiro gastar meu dinheiro com outras coisas;
- prefiro investir na bolsa (a questão do dinheiro parece mais importante do que nunca);
- prefiro andar de taxi.

Admito que não é um fenômeno universal, principalmente nas famílias onde o carro é, ainda, sonho de consumo. Nada cresceu tanto este ano, movido pela redução do IPI, do que a venda de carros 1.000 (76.6 % de aumento nas vendas entre janeiro e outubro). Mas aquele poder de sedução dos anos dourados, do “meu carro é vermelho / só uso espelho pra me pentear”, foi embora junto com o “splish splash fez o beijo que eu dei”. Ninguém mais vai ao cinema para dar um beijo, e o carro é só um carro. Que aliás está ficando cada vez mais difícil de dirigir no trânsito, e que custa uma porção de taxas e pedágios, e que ainda por cima não pode ser usado nas baladas por causa da Lei Seca.

Me lembro de mim mesmo, com uns 16 anos, olhando para um Aero Willys (juro) e fazendo o propósito de ter um daqueles quando crescesse. Será que isso acontece hoje em dia? Não sou publicitário, mas acho que os garotos de 16 querem mais ficar ricos e famosos. E se pensam em carro, é numa limo com motorista, que eles gostariam sim de alugar.

Então, minha gente, vamos investir em transporte público. Pensem o seguinte: a Jovem Guarda, aquela do Roberto e do Erasmo, está indo embora. E os que estão chegando não acham automóvel assim tão importante. Também não gostam de ler jornal de manhã, nem de tomar café, nem de fumar cigarro. Não tem opinião política mas sabem que o mundo está derretendo por causa do aquecimento global, e que essa bomba vai estourar no colo deles. São novas pessoas. Qualquer vendedor de qualquer produto ia adorar isto: consumidores jovens, modernos e ligados. Criadores de tendência. Que prefeririam andar num VLT todo de vidro com wifi, por exemplo, a comprar mais um automóvel para botar nas ruas. É só fazer a pesquisa. E, naturalmente, ter os VLTs para oferecer à galera.


Vejam também Reportagem sobre VLTs no: http://www.revistaferroviaria.com.br/index.asp?InCdEditoria=13&InCdMateria=11902&pagina=1

2 comentários:

  1. interessante seu blog.ainda mais pra mim que admiro o estilo dos onibus europeus. parabéns. mas como vc achou o meu blog ?

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  2. Legal, Jeje, temos algo em comum, isto é, o interesse por ônibus europeus.
    Mas, diga-me: Como não se interessar por ônibus tão belos? Alem do mais, a maioria deles possui inúmeras comodidades que cativam os usuários, que são realmente tratados como clientes.
    Encontrei teu blog quando recebí Alertas do Google, referentes à ônibus urbano. Geralmente escolho aleatoriamente os alertas que me remetem e, dessa maneira acabei encontrano seu blog.
    Espero que, de agora em diante possamos trocar idéias a respeito do nosso interesse comum. Contate-me no e-mail: singularissimo@gmail.com

    Abraços


    Sérgio

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