segunda-feira

Novos articulados na Area 08

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Trecho de Ofício Resposta ao Ministério Publico de São Paulo, respondendo à indagação relativa à Transportes Coletivos na Àrea 08:


Conforme documento cuja juntada ora solicita, a empresa Transpass, do Consórcio Sudoeste já recebeu 5 novos ônibus, de tipo articulado (18 m), para operar na linha 8700, em substituição aos 5 onibus de 15 m ano 2009. Os outros 10 onibus articulados serão entregues pela encarroçadora CAIO no período de 27/09/2010 a 15/10/2010, aproximadamente. Estes 10 novos ônibus também irão operar na linha 8700 (Terminal Campo Limpo – Praça Ramos). Todos são de piso baixo e acessibilidade total, nos termos da Lei.

quinta-feira

A Ficha não Cai!!! Apenas em São Paulo, 12 pessoas morrem por dia, vitimas da poluição

                                                        Carros em Los Angeles Crédito da imagem: @umcarroamenos

No início de setembro, aconteceu um Encontro Técnico Internacional de Intervenções para Transformar a Metrópole, realizado pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos mais a CPTM, o Metrô e a EMTU.
Durante dois dias, 50 convidados assistiram a palestras ministradas por professores doutores, consultores, arquitetos urbanistas e demais profissionais de planejamento urbano, oriundos de diversos países, sobre intervenções na Itália, nos Estados Unidos, na Espanha, na América Central e na Coréia.
Em 1900, apenas 10% da população do mundo vivia em centros urbanos, hoje em dia, a cifra está nos 50 % e para 2050 teremos 90% da população, concentrada nas cidades.
Em 2015, estima-se que 1,5 bilhões de pessoas morarão nas cidades com mais de um milhão de habitantes e 360 milhões em megalópolis como São Paulo, com mais de 10 milhões.
Várias soluções que estão sendo adotadas para solucionar a mobilidade urbana e a qualidade de vida dessas cidades foram apresentadas nesse Encontro Ténico, com exemplos nas cidades de Roma, de Barcelona, de Londres, Madrid, Milão, Nova Iorque, Portland, Seul, Bogotá, cidade do México e Los Angeles entre outras e todas convergem para:
1.restrição de uso de carros,
2.transporte público de qualidade, (metrô, trens e ônibus).
3.integração do modais de transporte público em uma única autoridade gestora.
4.amplo gerenciamento do espaço público por essa autoridade gestora de forma a garantir acesso de pedestres com qualidade, isso inclui calçadas e rotas definidas aos cidadãos por toda a cidade.
5.uma eficiente estrutura cicloviária, com ciclofaixas, ciclovias, bicicletários e bicicletas compartilhadas subvencionadas pelo poder público.
São várias prefeituras que bancam as Bicicletas Compartilhadas pois o custo x benefício desse investimento desonera custos reflexos com poluição, congestionamento e saúde pública.
Ou seja, não há profissional que lide com o planejamento urbano, qualidade de vida, ou mesmo mobilidade sustentável, que aponte o carro como solução de transporte de massa nos centros urbanos.
Mas, vamos entender um pouco a amplitude e as dificuldades de implantação dessas soluções.
Em todas as palestras ministradas, a unanimidade é que o planejamento urbano não pode ser desobedecido ou mesmo sabotado pelo excecutivo, ou seja, não importa o prefeito, o que foi votado como lei orgânica nas cidades, é, e tem que ser cumprido.
Nas Europa e nos Estados Unidos esse não é o problema, aqui no Brasil, em especial em São Paulo, as leis que defendem a mobilidade urbana em bicicleta por exemplo, são simplesmente ignoradas, que dirá a dos pedestres, dos deficientes etc e tal.
Veja-se quanto a isso as leis de Walter Feldman, 10907 e 10908, de 1990, onde novas avenidas, viadutos e reformas destes têm que ter ciclovias... piada!
Voltando ao ponto, outra unanimidade é que sempre existe uma enorme resistência contra as medidas que restringem o uso de veículos automotores, pois a real é que ninguém quer perder tempo em congestionamento, mas todos querem o conforto de seus carros, (sem medir os custos ambientais desse benefício individual).
Para implantá-las há que se ter vontade e determinação política.
Todas essas cidades, tiveram dificuldades com a imprensa, com os comerciantes, mas logo após a opinião pública reverteu a favor das medidas tomadas, pois mostraram-se eficientes e transformaram as cidades em mais agradáveis de serem vividas.
Enrico Peñalosa, que revolucionou a cidade de Bogotá diz:
“O político que investe em viadutos e avenidas todo mundo esquece, ao contrário o político que investe em transporte público, na qualidade de vida dos que vão a pé e de bicicleta, ninguém esquece, pois esse político valoriza o cidadão, modifica a cidade em prol da qualidade de vida do cidadão”.
Estamos na semana dos eventos de 22 de setembro quando várias cidades de todo o mundo comemoram o Dia Internacional Sem Carro.
Um momento para se discutir e entender o quanto grave é a insustentabilidade dos carros nos centros urbanos.
O Brasil é um país de ponta em várias vertentes, mas infelizmente devido a nossa abundância de recursos naturais, estamos muito atrasados no tema “sustentabilidade” como um todo.
Somos autofágicos e não nos damos conta!
Pior. Devido a um resquício colonialista, possuir (um carro) é símbolo de status e de poder, acima de qualquer lei. Assim os políticos acuados pela pressão de agradar aos que possuem carros investem bilhões em estrutura para veículos automotores e negligenciam o transporte público e o acesso de pedestres e ciclistas por toda a cidade.
Tem mais, mascaram os fatos: Apenas em São Paulo, 12 pessoas morrem por dia vitimas da poluição, nesses dias mais poluidos, esse número sobe para mais de 20. As medições da CETESB nunca apontam "estado de emergência" pois os padrões de medições são antiquados e indecentes!
Quando será que essa ficha vai cair?
Quando será que a restrição a automóveis na Grande São Paulo vai ser adotada - e aceita - como solução para qualidade de vida e sustentabilidade?
Cabe a nós, em especial aos jornalistas, gestores e comunidade, virarmos essa mesa!